segunda-feira, 9 de abril de 2012

QD Comics - Divulgação

Repassando a mensagem do Leonardo Melo, editor da QD Comics.

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Já faz algum tempo que inaugurei o novo site da Quadrinhópole, www.qdcomics.com, cuja ideia é a de distribuir quadrinhos digitais e também ser uma rede social para autores e leitores de quadrinhos.

Agora, implementamos também uma nova forma de pagamento das HQs pagas, através de um sistema de créditos e estamos com uma promoção: os próximos 100 usuários cadastrados ganharão 5 créditos para gastar com as HQs do site!

O cadastro é gratuito e o usuário tem acesso ainda a várias HQs gratuitamente, além de poder acompanhar o que os amigos estão lendo, comentar, curtir, twittar e várias outras coisas.

Enfim, estou mandando esse e-mail porque, apesar de enviar releases para os sites especializados e divulgar nas redes sociais, os sites nem sempre divulgam e o resultado nas redes nem sempre é garantido, por isso gostaria de contar com a ajuda de vocês para repassar esse e-mail aos amigos que possam se interessar, bem como a possíveis autores que estão publicando meios de se auto-publicar. E se você é um deles, entre em contato para trocarmos uma ideia!

Valeu mesmo pela força e aguardem que uma nova edição da revista está saindo... novidades ainda esse mês!

sexta-feira, 6 de abril de 2012

O Plano de 5 Anos de Sean Gordon Murphy (Atualizado)

Muito legal esse texto do Murphy.

A maior parte dos tópicos que ele cobriu eu já havia sacado por experiência própria, através de observação e exercício de bom senso. A questão da "marca", por exemplo, já tenho bem definida: quero que meu nome seja associado a quadrinhos de aventura. Isso é inegociável.

O ponto que preciso trabalhar mais é o da "atitude", o que no meu caso significa tomar coragem pra escrever meus próprios roteiros, pra não ser mais refém de roteirista.

Atualizado: Como o site que publicou o texto saiu do ar, fiz uma busca no Archive.Org atrás dele, porque é um texto muito legal. Vaí aí embaixo.

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Como estarei lecionando em cerca de uma semana no SCAD, estive pensando bastante sobre o que dizer aos alunos. Acabei escrevendo isso pra deixar bem nítido em minha mente. Isso é, em maioria, para jovens artistas, portanto sintam-se à vontade para pular.
Quando passo algum tempo com outro quadrinista as vezes pergunto “qual é seu plano de 5 anos?” Em outras palavras, que passos ele(a) está tomando para ganhar o controle de sua carreira e poder crescer ainda mais. Normalmente não recebo uma “resposta”.
Penso que a razão pela qual muitos artistas não pensam à frente é relacionado ao modo como a industria (dos quadrinhos) funciona. Seja por desenvolvimento consciente ou pela negligência dos participantes, jovens freelancers caem no hábito da complacência enquanto esperam poder “mamar nas tetas” de uma grande editora. Ficar esperando sua carreira chegar não é a ideia de freelancers tomando o controle de suas próprias carreiras.
Se eu tivesse que resumir o Plano de 5 Anos dos freelancers mais novos, acabaria soando como “estou sempre trabalhando na minha área e tentando comparecer à eventos. Talvez eu monte um sketchbook. Eu “tweeto” muito com outros artistas durante o dia e eu meio que tenho essa história – que é minha – que eu, tipo, vou tentar trabalhar um dia. Mas também tenho respostas positivas de roteiristas que parecem saber o que estão fazendo. Eu ainda não sei… em geral só vou tentar aguentar o tranco até a Marvel ou a DC me notarem e oferecerem algo bacana. Aí eu terei uma base de fãs. Sei lá, eu queria ser o próximo Jim Lee.”
Esse approach meio tongo me deixa louco! Esse vamos-sentar-e-esperar-a-oportunidade-de-trabalhar-com-quadrinhos-chegar já atrasou muitos artistas. Mas acho que há um outro motivo pelo qual acho que isso acontece.
Pense em tudo o que você já ouviu falar sobre “o protocolo da industria de quadrinhos”. Te disseram pra esperar na fila de um evento até um editor poder examinar seu trabalho. As vezes até penduraram em você aquelas plaquinhas de “o último cara da fila” (um distintivo de respeito, esse). Ou você ouviu em algum lugar que o melhor jeito de trabalhar na Marvelé trabalhando na DC primeiro. Ou, talvez, eles queiram que você mostre seu potencial fazendo uma capa – não-remunerada, claro. Ou talvez eles queiram ver seu trabalho à lápis e arte-final separadamente.
Por mais que gostemos de nos enganar, normalmente não existe um protocolo. Eu mesmo não fiz nada disso e, ainda assim, consegui entrar no mercado. Se você quer mesmo passar por tudo isso, fique à vontade; tenho certeza que algumas pessoas fizeram sucesso com isso. Mas só porque te mostraram os obstáculos não quer dizer que você terá que atravessá-los. E só porque escreveram “entrada” na porta da frente, isso não quer dizer que você não pode achar um entrada lateral. Você só precisa usar um talento que você já tem: seja criativo!
Aqui está minha lista de sugestões para ajudar a melhorar seu Plano de 5 Anos.
TALENTO
Ouvi dizer que “3 coisas podem ser achadas em artistas de sucesso e se você tem duas delas, você estará bem: talento, respeito às deadlines e ser uma pessoa agradável”. Eu concordo com isso, mas acho que um ajuste seria interessante: ser agradável representa 10%, trabalhar no tempo certo representa 10% e ser talentoso representa 80%. Prova disso? Se Travis Charest estivesse sempre atrasado e fosse um babaca (na verdade, ouvi dizer que ele é super-bacana), ele ainda conseguiria trabalhar. Seu trabalho é TÃO BOMque passaria por cima dos outros dois fatores. O que quero dizer é que você deve estar sempre trabalhando, desenhando e melhorando. É óbvio, eu sei, mas mas isso nunca é dito o bastante: a espinha dorsal de toda sua carreira é sua habilidade. Sua habilidade cria demanda e demanda te dá opções. E ter opção é ter controle.
3 COISAS AO MESMO TEMPO
Você deve ter dois projetos paralelos. Cada projeto aumentará suas chances de ser um hit. E quando o trabalho em um dos projetos atrasa – o que acontece muito -, você pode trocar a marcha e continuar produtivo. Sugestões de projeto paralelos?
  • Trabalhe em um livro que seja seu, ou;
  • seja co-autor com alguém que você gosta e confia. Ou;
  • planeje um sketchbook para a temporada de convenções. Ou;
  • procure trabalhos relacionados à videogames. Ou ;
  • tente desenhar capas. Ou;
  • crie um alfabeto “Wolverineo” pra mantê-lo ocupado.
Seja criativo e pense diferente. Três coisas ao mesmo tempo é bom, mas quem sabe você não consiga fazer mais? E, mesmo se todos seus projetos paralelos falharem… pelo menos era você no controle deles.
ESCREVA
Vou chutar que a maioria das pessoas daria à maioria das HQs uma nota 7,0 ou menos.
Não por que pensamos que escrever quadrinhos seja inferior à outras formas de escrever, mas por que se pegarmos um grupo de QUALQUER coisa, a maioria será de nível médio, ou 7,0. É a Lei da Média.
Assim, você provavelmente compra uma ou outra coisa todo mês que seja um 9,0. Talvez mais umas duas que sejam um 8,0. Então, se a grande maioria não passa de 7,0, que tal tentar escrever? Com um pouquinho de esforço, você não poderia escrever uma história 7,5? É claro que você conseguiria! E uma HQ 7,5 já é melhor que a maioria das HQs. Lidamos com uma industria em que os personagens combatem o crime vestindo cuecas!Não se intimide pensando que você não seria capaz de montar uma roteiro meia-boca. Sim, existem vários autores sensacionais que usam as HQs para criar histórias inovadoras que nem eu nem você poderíamos criar. Mas se você pensar bem, são heróis com cuecas por cima da calça! Não estamos procurando o próximo Philip K. Dick aqui…
Escrever não é só um dom. Escritores são planejadores. E planejadores lidam com o amanhã. Ter uma mão no futuro quer dizer que você tem o controle.
E se escrever não é pra você, considere-se o papel de diretor/produtor. Descubra que tipo de história você quer contar e trabalhe nisso com um autor em quem você confia. Tente com a Marvel. Mesmo não sendo um material seu, ao menos você estará mais no controle. Ou tente com a Image, mantendo seus direitos. A era digital é um período divertido de lidar com conteúdo novo.
MARCA/BRANDING
Vou usar meu amigo Scott Snyder como exemplo aqui (e vou repetir o nome dele um bocado). O primeiro grande hit de Scott foi com Vampiro Americano, junto com Stephen King. Imediatamente, Scott foi rotulado como um escritor de terror pois é isso que Stephen é. Como Vampiro Americano continuou sem Stephen – é o título do Scott, afinal de contas– a marca de Scott foi de “trabalhando com o King” pra “Scott é um escritor de terror por mérito próprio”. Atento à sua marca, Scott tem sido cauteloso escolhendo trabalhos que se encaixem em sua marca. Monstro do Pântano, Severed e Batman são todos títulos com um toque de terror. É mais fácil pra ele trabalhar com esses títulos pois tanto a DC quanto Scott sabem qual é sua marca. Na verdade, sua marca está tão clara que ele terá que cuidar com o que trabalhar no futuro. Ficar às voltas com trabalhos que não lhe cabem seria ruim para Scott. Acho até que ele poderia escrever Homem-Aranha um dia (Scott consegue fazer qualquer coisa bem), e, se esse dia chegar, Scott teria que tomar um cuidado especial já que o Cabeça-de-Teia não é conhecido como uma HQ de terror. Scott não está se saindo bem porque ele é sortudo; Scott também presta atenção.
Como artistas, nós ainda temos uma marca. E, mesmo tendo que pagar contas, não deveríamos dizer “sim” pra tudo. Sua marca é construída pelos títulos que você produz, pelos personagens que você desenhou, pelos autores com que trabalhou, pela vibe de sua arte, e pelos seu blog e tweets. Descubra qual sua marca é e use-a pra ditar suas decisões. Mesmo que você esteja numa HQ que não seja exatamente “você”, quem sabe você não possa sugerir algo para o autor que ajude a colocar sua marca na história. Eu não acho que Joe, o Bárbaro fosse o que eu defini como minha marca, mas fazê-lo bem escuro me ajudou a aproximá-lo disso. American Vampire: Survival of the Fittest é, completamente, a minha cara. Punk Rock Jesus será a minha marca em sua forma mais pura.
ATITUDE
Vamos chupinhar uma frase de Kennedy: “não se pergunte o que você pode fazer pelos quadrinhos; pergunte o que os quadrinhos podem fazer por você”. Descobri que pensar dessa forma te ajuda a criar confiança em sí mesmo. Traga isso com você sempre que estiver lidando com editores e escritores. Eles não estão te fazendo um favor; você está fazendo um favor à eles. Você gastará MUITO mais tempo desenhando uma história do que o escritor demorou escrevendo-a. Você tem mais a dar e mais a perder com esses projetos, portanto lembre-se disso. Não estou dizendo para ser arrogante; apenas não aja submisso.
JUNTE OS PONTOS
Independente do que escolha fazer com essas dicas, tente moldá-las num grande design. Um projeto de sucesso deve abrir caminho para o próximo projeto de sucesso. Quando estiver chegando ao fim de um projeto, planeje o próximo. Não há um fim-da-linha, pois umfim-da-linha quer dizer que você parou.


Sean Gordon Murphy

Novo blog

Não sei se alguém ainda se importa com esse negócio de blog (admito que, pra mim, tem dias que soa como uma coisa muito "antiga"),...