domingo, 27 de dezembro de 2015

Aprendendo a Levantar

Aí está a nova HQ do "Jeanzinho". =)

Desta vez coloquei aqui o arquivo do Issuu porque a HQ, na minha opinião, tem páginas demais pra colocar na postagem do blog como fiz com minhas outras histórias da "série".

Espero que gostem!



quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Atraso

Olá, pessoal!

Estou postando só pra avisar que a história do "Jeanzinho" vai sofrer um pequeno atraso. Eu havia dito que postaria ela aqui um pouco antes do Natal, mas não vai dar. Calculei mal o tempo que levaria para produzir a HQ - baseado no tempo que levei para fazer cada página da minha historinha sobre o Super-Homem. Só que essa história nova tem uma arte um pouco mais elaborada, por isso acabei levando mais tempo para fazer.

Mas não será um atraso tããão grande. Nesse domingo ela estará aqui. :)

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Mais uma do Jeanzinho vem aí

Trabalhando numa HQ nova do pequeno Jean. :) Terminei de escrever o roteiro anteontem (14 páginas) e já estou desenhando. Espero concluir essa historinha antes do Natal. Aguardem!

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Uma tia malvada

E não é que o universo do, hã, "pequeno Jean" continua crescendo?

Esses dias uma parente minha acabou me inspirando a criar uma nova personagem: uma tia malvada do Jean. :) Ela não me inspirou no visual da personagem, mas na personalidade. Acho que ela vai ser legal - quer dizer, tão legal quanto uma tia malvada e desagradável pode ser. :)


quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Pérola

Interrompi os trabalhos pra fazer essa historinha sobre a Pérola, nossa cachorrinha que morreu esse ano.

Não tive vontade de desenhar nada sobre a Pérola quando ela morreu, há alguns meses, porque tem certos assuntos que acho que não tem nada a ver eu ficar expondo na rede. Não estou criticando quem faz isso, só estou falando de mim.

Mas na semana passada tive esse sonho... E achei curiosa a maneira como a Pérola me chama nele. Aí fiquei com vontade de transformar em HQ.

É isso, espero que gostem.

Também disponível no Issuu.


segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Kátia

Fiz esse estudo para a personagem que vai representar minha prima Kátia, numa história envolvendo ela em mais um episódio da minha infância.



Peguei tanto gosto por desenhar nesse estilo que acho que vou transformar meu alter ego infantil num personagem logo de vez. ^_^ Pode ser uma boa oportunidade pra fazer as coisas que eu queria fazer na Turma do Barulho, mas não pude porque os personagens não eram meus.

Sempre me disseram que tenho jeito pra fazer coisas pra crianças. Pode ser verdade... Olhando hoje as estatísticas dos materiais que coloquei no Issuu, constatei que minhas publicações infantis sãos as que tem mais leitores.

sábado, 24 de outubro de 2015

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Manual do Shiba Inu

Esse é um trabalho que acabei de fazer. Um manual ilustrado para o canil da minha irmã, onde ela cria cães dessa raça. Gostei de fazer, adoro desenhar bichos! :)


sexta-feira, 16 de outubro de 2015

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

O dia em que eu vi o Super-Homem

Sabia que, quando criança, eu vi o Super-Homem na rua? Não, claro que não sabia...

Essa história, que eu me lembre, nunca tinha contado a ninguém a não ser à Sayonara uns tempos atrás. E desde então ela pega no meu pé por causa disso. :) Vivia dizendo que daria uma boa história em quadrinhos. Eu dizia que não, que era só uma "bobagem de criança"... Ela insistia que sim, eu que não, ela que sim...

Pelo sim, pelo não, resolvi fazer... O resultado está aí. Se vocês não gostarem, a culpa é dela. Se gostarem, também! :)

Também disponível no Issuu.







segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Sketch - Zé Caipora

Zé Caipora acompanhado pelos índios Inaiá e Cham-Kam. :) Personagens criados por Angelo Agostini, pioneiro dos quadrinhos no Brasil e talvez no mundo.

Já leu a obra dele? Eu já. Se quiser saber o que achei, clique aqui.


sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Lido: Long John Silver - Vol. 1

Quando peguei o livro A Ilha do Tesouro para ler muitos anos atrás, o fiz sem muito entusiasmo. Eu gostava da figura dos piratas quando era criança, mas conforme fui crescendo e vendo umas histórias (desinteressantes, na minha opinião) de piratas aqui e ali, acabei pegando birra desses personagens. Mas era Stevenson, e era também um clássico da literatura universal, então lá fui eu dar uma olhada.

Bom, li o livro todo e o achei um tanto maçante. O que não quer dizer que você não o deva ler só porque eu disse isso... É uma questão de gosto pessoal; como não gosto de piratas e histórias de piratas, o problema pode ser comigo e não com o livro.

Mas haviam coisas bacanas o bastante no livro pra me segurar ali até o final. Entre elas destaco os personagens. Gosto muito de Jim Hawkins e, claro, de John Silver. O pirata da perna de pau é realmente um personagem fascinante. Não por suas atitudes, evidentemente, mas pela maneira como ele é construído. Afinal: quem é Silver? Um homem "bom" que se fez mau para sobreviver no mundo em que vive? Ou um cara mau que se faz de bonzinho para manipular os outros? O livro termina sem nos dar a resposta a essa questão. E parece ser essa pergunta - "Quem é John Silver?" - que motivou os autores Matthieu Laufray e Xavier Dorison a realizarem essa série em 4 volumes.




O primeiro volume, "Lady Vivian Hastings" tem como foco essa mulher forte, decidida e amoral, esposa do aristocrata falido Byron Hastings. A história começa com ele navegando em algum ponto do rio Amazonas e descobrindo a cidade perdida de Guyanacapac - uma promessa de tesouros inimagináveis. Manda, então, para a Inglaterra o índio Moxtechica a fim de procurar seu irmão, Edward, e encarregá-lo de vender "sua" mansão e propriedades (na verdade, herança da família de sua esposa Vivian) para financiar o restante da expedição.


O plano original de Byron e Edward seria deixar Vivian na Inglaterra, dentro de um convento. Mas Vivian não é o que se pode chamar de mulher submissa... Ela tem um plano, e para realizá-lo contará com a ajuda de um certo pirata com uma perna de pau.


Essa primeira história se concentra em apresentar os personagens e a trama. Não há muita "ação física" para os que gostam disso - exceto na parte em que Silver parte para "arranjar" um barco de um "amigo" para a expedição. Mas veja bem: falta de cenas de ação não é o mesmo que "história parada": ela está sempre em movimento, pela (ótima) construção dos personagens e da rede de intrigas e interesses que os cercam.

Achei todos os personagens muito interessantes, mas quem acaba chamando mais a  atenção, claro, é o velho John Silver. Ele é exatamente o mesmo personagem de A Ilha do Tesouro, sem tirar nem por! Outro personagem do livro que também dá as caras é o Doutor Livesey, que é o narrador da história.

Se algum de vocês quiser ler, o álbum está disponível no Issuu. Queria que alguma editora publicasse esses álbuns por aqui!



quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Klabinho

Desenhando mais uma HQ do Klabinho, em parceria com o pessoal da Gibiosfera, para a revista Chácara Klabin.

E tem mais coisas na minha loja do Colab55: a caneca do Kário e uma capa pra celular com minha arte da Morte/Death steampunk! Veja lá!



segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Minha loja no Colab55

Pessoas queridas, abri minha loja no site Colab55 pra colocar à venda algumas artes minhas de várias formas. Ainda estou no comecinho, coloquei somente minhas ilustrações à música: Amy Winehouse e Robert Johnson.

Conforme eu for colocando mais coisas avisarei por aqui, em primeira mão. Não sei se perceberam, mas tenho usado mais o blog e o Google+ para transmitir coisas que considero mais importantes.

Eu até que gosto do Facebook, mas tenho a impressão de que as pessoas usam aquilo mais para ver vídeos "engraçados", fotos de gatos e se trucidarem em posts políticos.

Por isso, até segunda ordem, devo me comunicar mais por aqui mesmo.

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Aplicativo Webtoon

Hoje eu quero apresentar a vocês esse aplicativo que descobri por acaso há alguns dias, criado para dispositivos móveis que utilizam o android e ios. Eu baixei no Google Play. Tem também no Itunes. Para quem prefere ler no computador, existe a versão web.

O Webtoon é um aplicativo de quadrinhos, com várias séries, de vários gêneros diferentes, disponíveis em seu catálogo. Todas podem ser lidas gratuitamente. As séries são publicadas em capítulos - semanais, pelo que vi até agora. Ao menos as séries de autores coreanos.

Algumas séries são traduzidas pelos próprios fãs/leitores e disponibilizadas no aplicativo em várias línguas. Algumas em português!

Eu tenho lido pelo smarthphone e gostei da experiência. Os autores (das séries que leio, não sei se todos fazem isso) aproveitam bem o espaço da tela, produzindo suas histórias adaptadas ao formato. A leitura, pelo menos pra mim, tem sido bastante confortável.

Por enquanto estou acompanhando 2 séries, e bisbilhotando uma ou outra pra ver se vou ler depois. São elas: Subtle Disaster (que acabou de ter seu capítulo final publicado essa semana), sobre um roteirista de quadrinhos que tem sérios problemas com vizinhos; e Adamsville, sobre dois amigos (um garoto e uma garota) estudantes de ensino médio que resolvem mistérios sobrenaturais em sua cidade. Tem outras que me interessaram, mas é só o que posso acompanhar por enquanto, porque tenho muita coisa pra ler. :)

Pra quem faz quadrinhos, há um interesse extra: pode-se publicar suas próprias histórias no aplicativo.

Dê uma olhada por lá e veja se você gosta!

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

O maravilhoso mundo da ilustração

Maravilhoso e vasto. Milhares de maneiras diferentes de criar e produzir uma imagem.

Sempre gostei de ver ilustrações, mas só de uns meses pra cá é que comecei a fazer isso diariamente, com mais atenção. Por quê? Porque gosto e também é uma maneira de aprimorar meu trabalho. A gente sempre tem o que melhorar.

Ficar olhando imagens de histórias em quadrinhos é ótimo, mas se a gente só vê isso pode acabar acostumando nosso olhar com mediocridade. Acho importante a absorver coisas diferentes pra não ficar engessado, descobrir novas soluções, novas possibilidades.

A prancheta um tanto bagunçada deste artista

Rádio Holy Blues

Minha parceira amada Sayonara Melo lançou essa semana sua nova empreitada: a web rádio Holy Blues! Os amantes desse gênero musical não terão do que reclamar. Um prato cheio pra quem gosta do bom e velho blues de raiz - e não só, porque ela abre espaço para o blues mais moderno também.

E se você nunca ouviu blues, é uma boa oportunidade pra conhecer, desde os primórdios, esse som cheio de cor e dor!

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Donar animado

Mais uma pequena experiência-homenagem com animação. Desta vez o escolhido foi o Donar. Ele é um personagem do universo dos Space Warriors, criado por Wagner Fernandes. Nos anos 1990, ele, o Carlos Brandino e eu fizemos uma HQ com eles que foi publicada pela Editora Escala.


sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Sobre pincel e nanquim

Outro dia passei essa dica pra um colega pelo Facebook, porque ele pretendia começar a usar pincel para fazer arte-final. Pensei então que seria bom passar a dica aqui também, porque pode ser útil pra alguém.

Se você está tendo dificuldade para fazer as linhas com o pincel, pode ser por falta de prática, mas também pode ser porque seu nanquim está "grosso" - ou o pincel muito seco.

Não vou lembrar agora de memória, mas tem uns nanquins que, com o tempo, começam a "engrossar" muito. Tinha uma marca que eu usava que chegava a ficar com um "caldo" grosso de nanquim no fundo do pote, como uma pasta ou goma. Na parte de cima, ficava só uma "água preta", bem ralinha.

Hoje em dia eu só uso nanquim da Staedler (não sou patrocinado pela marca!). Na falta dele, uso o da Rotring, que acho bom também. Ele dá uma "engrossada" depois de um tempo, mas pouca coisa... Com o da Staedler também, mas muito menos. Não sei porque isso acontece, suspeito que o calor deve fazer evaporar um pouco da água... Sei lá!

O que eu faço? Compro um pote de nanquim e uso só uma parte dele de cada vez, colocando uma pequena quantia dentro de um frasquinho vazio que tenho aqui em casa. Se fico muito tempo sem usá-lo, quando for usar de novo pingo uma ou duas gotas de água no frasco e misturo com o nanquim. O pote cheio, com o resto do nanquim, deixo guardado na geladeira.

Com o nanquim da Staedler ainda não precisei fazer isso. Apenas umedeço o pincel antes de usá-lo e tem sido o suficiente. Quando fico mais tempo fazendo arte-final, dou umas lavadinhas no pincel durante a jornada de trabalho e pronto.

A importância disso é que se você usar o nanquim muito grosso, vai ficar difícil fazer a arte-final; os traços vão ficar falhando, porque não vai haver um fluxo contínuo de tinta nas cerdas do pincel.

Caso alguém queira saber, eu uso o pincel Pinctore 308 nº 2, da Tigre. Eu costumava usar o da série 309, mas ele não existe mais para comprar na minha cidade (Guarulhos), além de ter ficado bastante caro nos últimos anos. Dá pra comprar em lojas virtuais, mas pincel é um negócio que a gente precisa escolher bem, só dá pra comprar pessoalmente. Através de lojas virtuais, o(a) vendedor(a) vai pegar o primeiro que estiver na frente e mandar pra você. Aí te manda um com a ponta toda zoada e você terá pago quase 80 reais num pincel que será inútil.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Conheça o (novo) blog do Túlio Vilela

Há uns bons anos o Túlio Vilela tinha um blog no Blogspot onde escrevia muita coisa sobre quadrinhos. Eu curtia pra caramba! Pouco depois ele teve alguns percalços e foi obrigado a interromper as atividades. Agora está de volta, com mais textos legais sobre HQ - não só a linguagem, mas também histórias de bastidores do meio. Veja lá!

Um texto recente, sobre o desenhista Marcos Tetelli, teve um impacto especial sobre mim, pois me deixa mais convicto ainda da minha decisão de não querer trabalhar para o mercado americano. Muito desumano.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Colorindo os Exploradores

Entre várias coisas a que me dedico, uma delas é continuar o longo trabalho de colorização dos Exploradores do Desconhecido, HQ que fiz junto om o Gian Danton. Colorir 48 páginas não é moleza, mas é um trabalho que tenho feito com prazer. Quando estou colorindo as páginas, sempre sinto saudade dos personagens! :)


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quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Cartoon da Gleize

Mais uma encomenda entregue: um desenho da Gleize em estilo cartoon. Não faço isso com muita frequência, mas é um trabalho que gosto de fazer! :)


quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Gangue Zero

Ilustração da Gangue Zero, personagens criados por Vicente Cardoso.

Abaixo, um passo-a-passo da produção.




domingo, 2 de agosto de 2015

Exploradores "animados"

Uma arte dos Exploradores do Desconhecido estilo "desenho animado".


Gosto de desenhar assim de vez em quando.

Animação foi a primeira coisa relacionada a desenho que me encantou na vida, mais até do que quadrinhos. Era o que mais me fazia ter vontade de desenhar.

Quando eu era criança, devia ter uns 7 anos, minha mãe havia arranjado uma pequena lousa pra me ajudar no aprendizado de ler e escrever. Eu a usava pra desenhar também, lógico.

Um dia desenhei nela uma figura de um cara (um herói?) que me deixou tão maravilhado que eu não queria mais apagá-lo de lá. Hoje certamente eu riria daquele desenho, mas na minha cabeça de criança aquele era "o desenho perfeito"... que nunca mais consegui fazer de novo.

Então, quando desenho nesse estilo - principalmente as figuras heróicas masculinas - é uma tentativa de reproduzir aquele desenho que fiz na lousa quando tinha 7 anos.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Liniers cria polêmica com os fãs de seu personagem

Deu no Universo HQ.

Meu primeiro pensamento nessa horas é pensar que os fãs (de quadrinhos, séries de TV, ou o que for) parecem ter muito, muito tempo livre. Emoticon smile Mas pensando melhor, acho até legal que alguns personagens de quadrinhos ainda gerem esse tipo de comoção, sabe? Me lembro de ver algo assim apenas na era de ouro das tiras de jornal, quando elas eram tão populares quanto as novelas (hoje em dia nem tanto, ok), as pessoas comentavam com os(as) amigos(as) sobre histórias e personagens favoritos. etc.

terça-feira, 21 de julho de 2015

Como é feita uma página de quadrinhos

Do jeito artesanal, claro.

Já fiz muitas coisas assim antigamente, antes dos computadores aparecerem para facilitar nossas vidas. Quem nasceu na era pós-photoshop não faz ideia do que escapou, hehe.

Mas a produção artesanal ainda tem seu charme e lugar, é claro. Na europa ainda existem autores(as) de HQ que preferem fazer as coisas assim. Eu mesmo, depois de tantos anos, estou voltando a trabalhar, aos poucos, com "tinta de verdade".

No lugar dessa desenhista, eu procuraria usar uma mesa de luz mais apropriada; de resto, está todo aí o processo de produção de uma HQ mais "artesanal".

É um bom vídeo para mostrar a alguns clientes que acham que cobramos "muito caro" por nosso trabalho. Vai ver o trabalhão que dá!

terça-feira, 14 de julho de 2015

Fantasma - Demônios na Floresta Negra

O Roberto Sabino colocou no blog Fantasma Brasil o conto do Fantasma "Demônios na Floresta Negra", escrito pelo Glaucio Cardoso e para o qual fiz as ilustrações e o PDF. Vá lá ver!


sexta-feira, 3 de julho de 2015

Moronetá

Capa para a nova edição do livro Moronetá, da escritora Virgínia Allan.

Moronetá reúne vários contos e crônicas, reflexões da autora sobre a vida, o universo... e Manaus.




segunda-feira, 8 de junho de 2015

terça-feira, 2 de junho de 2015

As Aventuras de Nhô Quim e Zé Caipora

Confesso que quando comprei o livro As Aventuras de Nhô Quim & Zé Caipora o fiz muito mais movido por um certo sentimento de "obrigação" (porque penso ser obrigatório um quadrinista brasileiro que se pretende "sério" ter essa obra na estante) e uma vaga curiosidade histórica. Nunca pensei que fosse realmente apreciar, me divertir e até me emocionar com uma história em quadrinhos tão antiga, feita no final do século XIX. Me enganei!

O livro foi publicado pela Editora do Senado Federal, com organização do professor Athos Eichler Cardoso. Abre com um texto com algumas notas sobre o grande desafio da restauração e montagem da obra - toda feita a partir das revistas em que as histórias foram impressas na época, muitas delas bastante desgastadas pela ação do tempo. Os textos que vem em seguida falam sobre a importância cultural de Nhô Quim e Zé Caipora na época, o contexto histórico em que foram criados e um pouco sobre a vida de Angelo Agostini.

Ler essas histórias foi uma verdadeira viagem no tempo para mim!

Começando por As Aventuras de Nhô Quim - Ou Impressões de Uma Viagem à Corte, que traz as desventuras de um rico rapaz mineiro (o Nhô Quim do título), que se apaixona por uma moça, boa, porém pobre; o pai dele acha que se envolver com moça sem dinheiro é besteira e manda o filho ir dar umas voltas na corte (o Rio de Janeiro, claro) para ver se a esquece. Uma vez lá, o rapaz se espanta o tempo todo com as "novidades" da corte e com os costumes "incompreensíveis" das pessoas que vivem lá.

Em Nhô Quim encontramos um Angelo Agostini já talentoso, mas ainda em processo de formação. Ele serve como um laboratório, tanto para o autor como para o personagem, que no fundo é um embrião para sua obra-prima: o Zé Caipora. Nhô Quim retrata o Brasil da época, com a industrialização (e consequente urbanização) que começava a ter espaço no país, deixando para trás sua cultura predominantemente rural. O personagem refletia a perplexidade do cidadão médio diante de transformações pelas quais a sociedade brasileira passava, que vinham mais rápido do que ele conseguia acompanhar.


E, claro, ela tem o mérito de ser uma das primeiras histórias em quadrinhos feitas no mundo.

O professor Athos Eischler defende que Nhô Quim seja, de fato A primeira - e penso que ele tem um argumento forte para isso. Muitos consideram Yellow Kid, de Richard Felton Outcault, a primeira HQ, criada em 1894. Nhô Quim foi publicado em 1869. A razão para considerarem Yellow Kid a primeira HQ é o uso de balões - coisa que Nhô Quim não tinha. Athos defende que a tira do Príncipe Valente, criado por Hal Foster muitas décadas depois, também não usava balões (e não usa até hoje), e sempre foi considerada uma HQ. Portanto, se Príncipe Valente é uma HQ, Nhô Quim também é.

Mas a cereja do bolo é mesmo o Zé Caipora!


Criado inicialmente como uma comédia de costumes, muito semelhante ao Nhô Quim, o personagem começa como um sujeito atrapalhado, apaixonado por Amélia (a quem ele chama de Memê); passa por toda sorte de contrariedades vergonhosas até que, por fim, arrasado e humilhado, sem conseguir conquistar o coração de Memê (assim ele pensa), resolve se retirar da cidade e ir para a fazenda de um parente no campo. Para chegar até lá, ele precisa percorrer um longo caminho por campos e florestas. Começa assim a jornada dele pela mata, pelo interior do Brasil - e dele mesmo! Nessa parte a história se torna uma série de aventura, e Zé Caipora vai aos poucos se transformando num herói. Nos contos de fadas, a floresta é sempre um símbolo da mente, do ser humano em confronto consigo mesmo. Agostini, culto como era, com certeza sabia disso e não se furtou de usar essa simbologia para construir seu personagem. Depois de passar por inúmeras aventuras e sofrimentos na mata, ao lado dos índios Inaiá e Cham-Kam, Zé Caipora sai do outro lado da selva como um novo homem, mais maduro e dono de si.

A sequência tem vários momentos memoráveis. Um dos que acho mais bonitos, tanto no texto como na arte, é logo no início da viagem do Zé, quando, após um acidente, ele é encontrado e cuidado por um grupo de tropeiros.





Há outros elementos nessa obra de Angelo Agostini que fazem dele um precursor também em outras áreas. Destaco a índia Inaiá, que acompanha Zé Caipora por toda a sequência dele na selva. Se os personagens de Agostini fossem mais conhecidos hoje em dia, ela possivelmente se tornaria um símbolo (ou um dos) da causa feminista!



Agostini criou uma personagem feminina forte, sobretudo no começo da jornada do Zé: é ela quem o tira das enrascadas em que ele se mete, salvando sua vida pelo menos duas vezes. Ela é heróica, corajosa e mais sábia que qualquer um dos personagens masculinos. Conhecedora dos caminhos e segredos das matas, é ela quem serve de guia para o Zé em sua jornada. E em nenhum momento ele se sente incomodado com isso; antes, tem um profundo respeito e admiração pela índia. Mais tarde, quando Inaiá resolve viver entre os brancos, é ela quem ensina o índio Cham-Kam (que vai junto com ela) a ler e escrever.

Os personagens negros são também tratados com respeito por Agostini (embora ainda sejam mostrados como escravos, pois evidentemente era a condição deles na época). Geralmente são mostrados como sinônimo de virtude e honra. Agostini era um abolicionista, portanto não poderíamos esperar menos dele!

O livro tem pontos negativos. O principal, e que incomoda bastante, é que a parte central das páginas traz vários textos dificílimos de ler. Originalmente a obra era publicada em revistas, por isso não havia problemas para ler os textos que ficavam no centro do publicação, onde ficava a dobra. Mas, num livro com muitas páginas, o resultado é esse:


A coisa só melhora na fase das tiras em que Agostini resolveu fazê-las ocupando apenas meia página das edições de sua revista, ficando assim, no livro, um capítulo em cada página.

Há também 4 páginas em que houve um problema com a definição das imagens. Não sei se as páginas foram escaneadas em baixa resolução ou se foi na gráfica que resolveram diminuir a resolução por conta própria (isso acontece, acredite).



Porém, nada disso deve ser considerado motivo para não ter essa obra em casa.

A leitura foi para mim uma experiência bastante agradável. A falta de balões causa um certo estranhamento no começo, mas logo se acostuma. Gostei da sinergia entre o texto e a imagem; a maneira como ambos trabalham para criar a atmosfera da história, expressar as emoções dos personagens, nos envolver com as situações narradas. De um jeito que talvez não fosse possível se houvessem balões como nos quadrinhos de hoje.

Eu me emocionei quando os personagens se emocionaram, me alegrei quando se alegraram, senti medo quando eles sentiram. E isso não é pouca coisa. Raras vezes uma HQ conseguiu produzir esses sentimentos em mim, e já faz muito tempo que não sentia. Nos últimos anos, só tive uma experiência assim lendo livros.

Não estou dizendo aqui que devemos voltar a fazer quadrinhos como se fazia no final do século 19; a linguagem das HQs mudou, como tem que ser. Mas ler a obra de Agostini, sobretudo o Zé Caipora, com certeza abriu minha cabeça para novas possibilidades narrativas.

O livro pode ser comprado no site da livraria do Senado Federal.

Novo blog

Não sei se alguém ainda se importa com esse negócio de blog (admito que, pra mim, tem dias que soa como uma coisa muito "antiga"),...